Há cinco anos, síndicos da Associação Amigos da Praça Governador Celso Ramos (Amapraça) se juntaram para fazer uma compra coletiva de gás e assim reduzir custos. Agora, em 2015, em um período de recessão econômica, ampliaram a ideia de negociar com fornecedores em conjunto. De 34 condomínios localizados próximos à Beira-Mar Norte, na Capital, aumentaram para 85, incluindo prédios de outros bairros, como Córrego Grande, Pantanal, Trindade, Centro e Continente. E o número de serviços e produtos contratados estendeu bastante também. O grupo conseguiu barganhar descontos de até 30%.
De acordo com o diretor de negócios da Amapraça e síndico profissional Edgard Francis, as negociações vão de gás residencial, extintores, dedetização, limpeza de caixa d’ água, jardinagem, manutenção de elevadores, bombas , portões, seguro predial e até conta bancária.
Para comprar em conjunto, os síndicos se organizam em associação. “Fazemos compras coletivas há cinco anos. Começamos com o gás e este ano com os demais itens”, lembra. Segundo Francis, o desconto é possível por conta da logística, que favorece os compradores e vendedores. “Sabemos que o deslocamento, principalmente em Florianópolis, é hoje o maior custo dos fornecedores e condomínios próximos favorecem a entrega”, observa Francis ao lembrar que são associados à Amapraça 34 condomínios praticamente um do lado do outro na Avenida Beira-Mar Norte.
Para exemplificar, Francis cita o serviço de jardinagem. O profissional chega a gastar mais tempo no deslocamento do que no trabalho. No contrato com a associação, “consegue fazer quatro condomínios que estão próximos em um dia. Se deslocando para mais de um lugar, acaba fazendo dois. Dobra a capacidade operacional dele e esse ganho é repassado aos condomínios em forma de desconto”, salienta.
A união de condomínios começou na Beira-Mar e se expandiu para outros bairros da cidade. “Nosso objetivo é de em dois anos ter várias associações por bairros de Florianópolis. A proximidade gera força e competitividade na negociação”, diz. Também é o caso de 35 condomínios que a síndica profissional Helena Martins reuniu na região da Bacia do Itacorubi, em Florianópolis.
A gestora e síndica profissional criou um grupo de síndicos, inclusive no WhatsApp, para marcar encontros. São convidados fornecedores para negociar preços para entrega de produtos e serviços na mesma localidade. A economia é de pelo menos 10%. “Em junho começamos a nos organizar. Conseguimos descontos em itens, como produto de limpeza, empresas de cartão ponto, material de piscina, limpeza de caixa d’ água e de fossa. Quando os síndicos se unem, realmente a força é maior”, afirma Helena.
Negociação em ata para garantir segurança jurídica
No primeiro acordo da Amapraça com o fornecimento de gás o contrato era de cinco anos. No momento de renegociação, a associação resolveu fechar acordos também para outros produtos e serviços. “Agora nossas negociações serão anuais para se adequarem às condições de mercado que variam o ano todo. Têm coisas que sobem. Tem que pensar no ganho dos dois lados, pois esse é o sucesso de toda a operação. Se for muito mais favorável aos condomínios, o fornecedor perde o estímulo e diminui a qualidade do produto e atendimento”, explica Francis.
Na compra coletiva, os contratos são realizados individualmente sob negociação realizada pela associação, que coloca em ata de Assembleia os nomes dos condomínios associados. É a forma de garantir segurança jurídica “para não caracterizar descontos individuais e algum outro condomínio isolado vir a exigir o mesmo tipo de desconto por meio do Procon, por exemplo”, explica Francis.
Serviço:
A Amapraça oferece apoio para organização de novas associações por localidade, desde orientação para criação da entidade, com CNPJ, e modelo de estrutura, basta entrar em contato pelo e-mail:secretariaamapraca@gmail.com.