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Software “de graça”? Nem sempre!

Terça, 25 Julho 2023 Terça, 25 Julho 2023
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O interesse em escrever um artigo sobre o tema software "de graça" surgiu após receber alguns relatos de clientes dizendo: "Opa Everton, gostaria de parabenizá-lo e à sua empresa, pois o seu atendimento, a solução e o suporte estão de parabéns. Afirmo isso, pois a empresa X nos procurou, oferecendo uma solução parecida com a de vocês e "de graça!". Ao testar, vimos que nem de graça valeu a pena, por diversos fatores que explicarei em outra oportunidade!".

Ao receber esses relatos, fui buscar informações e entender o por quê, mesmo "de graça", não vale a pena usar as soluções.

O principal objetivo deste artigo é alertá-lo para que, ao analisar a adoção de um software "de graça", faça uma análise não só nas funcionalidades, mas nos prós e contras que este software poderá ou não trazer para a sua empresa.

Há vários exemplos no mercado em que aquele "de graça" que ouvimos todas as semanas se tornou "bem caro" após algum tempo.

O que é um software "de graça"?

Software "de graça" geralmente se refere a softwares que são disponibilizados ao público sem nenhum custo monetário. No entanto, é importante entender que existem diferentes tipos de softwares gratuitos, como freeware, open-source, shareware e o fallare, e cada um tem seu próprio conjunto de práticas e licenças associadas.

  1. Freeware: Softwares que são totalmente gratuitos para uso, mas o código-fonte não está disponível para o público. A desvantagem é que os usuários não podem modificar o software ou entender completamente como ele funciona.
  2. Open-source (Código aberto): Softwares que são gratuitos para uso, e o código-fonte também está disponível para o público. Isso permite que outros programadores alterem, contribuam e distribuam o software conforme necessário. No entanto, a qualidade do código pode variar amplamente, o suporte na maioria das vezes é limitado e cobrado, os custos com a hospedagem na maioria das vezes é por conta do usuário e não há um contrato com garantias de estabilidade e segurança das informações.
  3. Shareware: Este é um software que é gratuito para uso por um período de tempo limitado, ou com funcionalidades limitadas, após o qual os usuários precisam pagar. O benefício é que os usuários podem experimentar o software antes de comprar. A desvantagem é que se o usuário realmente gosta do software e deseja usar todos os seus recursos, eventualmente precisará pagar.
  4. Fallare: Do latim, fallere significa enganar, podemos chamar de "o engana bobo" em que o custo do software "de graça" está sendo cobrado na outra solução que você está contratando da mesma empresa e muitas vezes, você acha que realmente estão te oferecendo algo "de graça".

Ao entender os tipos de software "de graça", é importante separá-los em duas categorias, aqueles que são utilizados para o desenvolvimento de um produto e/ou serviço e aqueles que são utilizados para a prestação de um serviço.

Você precisa entender o significado de "para o desenvolvimento" e o "para a prestação", para entender este artigo.

"Ah Everton, quer dizer que as empresas que desenvolvem softwares não utilizam nenhuma solução gratuita?" É óbvio que utilizam, a diferença é que elas utilizam para o processo de desenvolvimento de suas soluções e não no processo da prestação de seus serviços com seus clientes.

Sim, há aquelas empresas que também utilizam soluções gratuitas na prestação dos serviços, como por exemplo um software de ticket (chamado) para o time de suporte técnico, algo para o time do RH, entre outros. Mas repare que, esses softwares não são os responsáveis pelo produto ou serviço que esta empresa está oferecendo aos seus clientes, eles são para a organização interna da empresa, entendeu?

Se o software de ticket ou do RH ficar por 7 horas fora do ar, a empresa continua "viva" com a prestação do(s) serviço(s), sem afetar diretamente os seus clientes.

Um dos pontos que mais chamou a atenção no relato desses clientes foi que, não se pode ter um software "gratuito" para a prestação do principal serviço da empresa.

Você que tem uma empresa de segurança eletrônica, com uma central de monitoramento oferecendo os serviços de controle de acesso, monitoramento de alarme e imagens, portaria autônoma, portaria remota e/ou portaria híbrida.

Analise os pontos abaixo:

  1. E SE, o software ficar offline por 7 horas, como você vai reclamar de algo que é "de graça"?
  2. E SE, este software não estiver em conformidade com a LGPD, como você vai reclamar de algo que é "de graça"?
  3. E SE, o contrato entre o fabricante e a sua empresa não for bem elaborado, protegendo ambos os lados?
  4. E SE, você precisar de suporte e o fabricante não te der a mínima, pois, o software é "de graça"?
  5. E SE, do nada começa a aparecer publicidade dentro do software, você vai aceitar por ser "de graça"?
  6. E SE, do nada a empresa começar a cobrar por algo que até então era "de graça"?
  7. E SE, houver vazamento de dados ou ataques ao software, vai continuar sendo "de graça"?

A sua empresa de segurança eletrônica vende segurança, correto? Ela está em segurança com as soluções que você tem utilizado até o momento?

Esses são alguns pontos que devem ser analisados ao considar a utilização de um software "de graça".

Repare que, se alguns desses itens tiverem falhas, não será somente a sua empresa que será prejudicada, o seu cliente também e possivelmente, você poderá ter cancelamentos de contratos, perdas financeiras e o pior, poderá vir processo(s).

Apesar disso, existem sim alguns pontos positivos nas quais posso citar:

  1. Custo: A maior vantagem do software gratuito é que não custa nada para usar. Isso pode ser particularmente útil quando você está iniciando sua empresa com um orçamento limitado.
  2. Acessibilidade: O software gratuito é acessível a todos, independentemente do orçamento e isso pode ajudar a nivelar o campo de jogo para empresas menores ou startups.
  3. Testar antes de investir: O software gratuito permite que as empresas experimentem diferentes ferramentas antes de investir em uma solução mais cara.
  4. Comunidade de usuários: Muitos softwares gratuitos têm grandes comunidades de usuários que podem oferecer suporte e ajuda. Alguns têm uma comunidade de desenvolvimento ativa que trabalha continuamente para melhorar o software.

Embora a adoção de software gratuito possa parecer uma opção atraente à primeira vista, especialmente para empresas com orçamentos limitados, é importante pesar cuidadosamente os potenciais riscos e benefícios. É essencial lembrar que o software gratuito não é necessariamente "sem custos", analise detalhadamente o contrato e veja se a sua empresa estará amparada caso algo de errado acontecer - problemas de segurança, falta de suporte e confiabilidade, e o potencial impacto negativo nos seus serviços e clientes podem acabar custando muito mais a longo prazo.

É crucial considerar as necessidades específicas da sua empresa e avaliar se um software gratuito pode atender a essas necessidades sem comprometer a qualidade do seu serviço, a segurança dos dados ou a conformidade com a legislação. No mundo da segurança eletrônica, em que a confiabilidade e a segurança são de extrema importância, pode valer a pena investir em um software pago que ofereça um melhor suporte e garanta a proteção dos dados dos seus clientes.

No final das contas, o uso de softwares gratuitos é uma decisão que deve ser tomada com base em uma análise cuidadosa e em uma compreensão completa de suas implicações. Não se deixe enganar pelo atrativo do "grátis" sem antes avaliar completamente os possíveis riscos.

Além disso, tenha cuidado também com as soluções que são "o engana bobo", pois muitas vezes, você está pagando sem saber.

O barato pode sair caro e o "de graça" pode acabar custando muito caro. Como diria o ditado: "Quando a esmola é demais, o santo desconfia".

Espero que este artigo possa ter te ajudado de alguma forma. Lembre-se sempre de que a decisão final e as responsabilidades recaem sempre sobre você!

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